João Bernardo Gonçalves

Tenho vindo a testemunhar, na ultima década, e em primeira mão, a transformação em curso no mundo do trabalho corporativo. Acredito profundamente que estamos numa nova era, uma era em que a tecnologia não apenas melhora a forma como trabalhamos, mas também nos capacita a sermos bem mais produtivos e a desfrutar de um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. É uma visão otimista, eu sei, mas à medida que a tecnologia continua a evoluir, essa visão está a tornar-se cada vez mais uma realidade.

Recordo-me de quando comecei a minha carreira, a ideia de uma semana de trabalho mais curta parecia inatingível, impossível até. No entanto, à medida que a tecnologia avança, o paradigma está mesmo a mudar. A automação e a inteligência artificial estão a tomar conta das nossas tarefas rotineiras, libertando-nos para nos concentrarmos em tarefas mais criativas e estratégicas. A tecnologia não está a substituir-nos, mas sim a capacitar-nos a alcançar mais em menos tempo.

Na Michael Page, temos comprovado como a tecnologia está a redefinir os limites do que é possível. As ferramentas de análise de dados permitem-nos entender as tendências do mercado de trabalho e as preferências das pessoas de maneira mais profunda e precisa. Isso não apenas acelera o processo de recrutamento, mas também nos permite encontrar os candidatos ideais que se alinham perfeitamente com as culturas e objetivos das empresas. E isso é apenas a ponta do iceberg.

A automação de tarefas administrativas e a otimização de fluxos de trabalho estão a tornar a nossa equipa mais eficiente em todos os aspectos. Recordo-me de dias em que grande parte do nosso tempo era necessário em tarefas repetitivas e burocráticas. Agora, graças à tecnologia, posso concentrar-me no que realmente importa - criar relações, mais engagement com equipa, candidatos, clientes e empresas, compreendendo as suas necessidades e aspirações. 

O conceito de uma “semana de trabalho de 4 dias”, que uma vez pareceu um disparate completo, está a ganhar terreno. A tecnologia está a tornar possível o encurtamento das horas de trabalho sem sacrificar a produtividade. A automatização e a análise de dados garantem que as tarefas sejam realizadas de maneira mais eficiente e com menos esforço humano. Esta mudança não é apenas benéfica para os colaboradores, mas também para as empresas que conseguem atrair e reter talentos valiosos.

Além disso, a tecnologia está a abrir portas para uma aprendizagem contínua. Plataformas online estão disponíveis a qualquer momento, permitindo-nos adquirir novos conhecimentos e melhorar as nossas skills sem a necessidade de estar presente fisicamente em salas de aula.

Olhando para o futuro, estou otimista sobre a interseção entre tecnologia, produtividade e equilíbrio. Acredito que estamos a caminhar para uma realidade em que trabalhar menos horas não será um privilégio, mas sim um padrão normal. A tecnologia está a impulsionar essa mudança, capacitando-nos a alcançar mais, a sermos mais eficientes e a desfrutar de uma vida bem mais rica fora do “escritório”. Estamos a testemunhar uma revolução que não apenas molda o nosso presente, mas define o que está por vir - uma era onde o trabalho é uma parte importante da nossa vida, mas não a que mais importa. Somos seres da Terra, seres relacionais, temos família, temos laços que queremos manter e experiências para realizar que nos tornarão mais completos. O lado B pode ser mais desenvolvido com essas experiências e isso a inteligência artificial nunca nos dará.

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