A nossa experiência com o trabalho remoto durante a recente crise de saúde foi apenas o começo. Com o desenvolvimento da realidade virtual e da robotização, podemos afirmar que estamos prestes a assistir a uma nova revolução.

O trabalho remoto a partir que qualquer lugar em todo o mundo será o novo normal num futuro próximo.

Imagine: a sede do seu escritório é em Lisboa, mas os colaboradores vivem no Porto, Faro ou até mesmo num país estrangeiro e entram no local de trabalho através da realidade virtual. Este cenário é menos futurista do que aparenta.  

Nesta nova realidade, pode ser difícil criar um forte espírito de equipa quando todos os membros trabalham em locais diferentes. Mesmo as videoconferências não substituem sessões de brainstorm ou apresentações com a equipa fisicamente presente na mesma sala a conviver.

Segundo as nossas previsões, tudo isto irá mudar com o desenvolvimento da realidade virtual. Com o desenvolvimento do software, será possível entrar num escritório virtual, ir a reuniões e até mesmo conversar com os colegas.

É um dos inúmeros desenvolvimentos tecnológicos que, não só irá alterar o nosso trabalho, como também as políticas de RH das empresas. As consequências para o recrutamento e seleção de novos colaboradores também serão significativas.

Quais serão as consequências dos recentes desenvolvimentos tecnológicos para o sector do recrutamento?

Como recrutadores, teremos de ter ideias inovadoras. Atualmente, quando um dos nossos clientes está à procura de um candidato adequado, apresentamos os melhores profissionais disponíveis numa distância aceitável do local de trabalho. Agora verificamos um aumento de situações em que as melhores pessoas não trabalham apenas na sua cidade ou país.

As empresas estão a crescer com um novo rumo, sendo um exemplo os Shared Services Centres, que fornecem serviços a múltiplos escritórios na Europa e no resto do mundo, a partir de um único local. A principal diferença é que não será necessário trabalhar fisicamente no mesmo local no futuro. Isso levará a novas dinâmicas cujas consequências ainda não nos são exatamente conhecidas.

Quais as vantagens para as empresas?

A principal vantagem será a redução de custos. Quando todos ou quase todos trabalharem num ambiente virtual, as empresas necessitarão apenas de uma fração do espaço de escritório, comparativamente ao que necessitam agora. Quando o local onde alguém trabalha deixa de ser um fator importante, a necessidade de ter uma boa equipa poderá ser solucionada com uma maior facilidade.

No entanto, a maior vantagem para as empresas será ter acesso a um leque mais alargado de profissionais qualificados, de diferentes regiões.

Quais os desafios das empresas no futuro ao recrutarem os candidatos mais adequados?

Com um número de talento disponível muito superior, as empresas poderão ter dificuldades na seleção. Por isso quando começar a recrutar candidatos de todo o mundo, por onde deve de começar?

De certa forma, parece que estamos perante a revolução da internet nos anos 90. Há 30 anos, o recrutamento era radicalmente diferente. O consultor dispunha de uma pasta física com um leque limitado mas específico de bons candidatos. Quando era necessário, colocávamos um anúncio num jornal nacional, sabendo exatamente o grupo a que iriamos chegar. Com a internet este modelo caiu em desuso. O alcance aumentou, mas tornou-se menos específico. Por vezes recebemos centenas de candidaturas para apenas uma oportunidade num site de emprego nacional. Como é possível encontrar o candidato ideal quando se recebe tantas candidaturas? O desafio irá aumentar no futuro.

O valor acrescentado de uma agência de recrutamento e seleção como o PageGroup muda com esta situação?

Sim, já mudou com o surgimento da internet. Na fase pré-internet, o nosso valor acrescentado era possuir uma extensa base de dados com candidatos. Atualmente, é possível contactar candidatos através do LinkedIn, Facebook ou outra rede social. O nosso valor acrescentado é o nosso conhecimento e especialização para selecionar três ou quatro candidatos de um grande grupo, que se adequam exatamente às necessidades específicas de uma empresa. Acompanhámos de perto inúmeros candidatos que empregámos ao longo das suas carreiras e esta relação privilegiada é exatamente o que podemos oferecer como mais valia. O nosso desafio não é encontrar o candidato ideal, mas sim assegurar que bons candidatos e os nossos clientes trabalhem em conjunto e façam um match perfeito. Para que isso seja possível, investimos em relações de longo prazo com os nosso candidatos e clientes. No futuro investiremos mais ainda.

Quais as consequências da robotização no sector do recrutamento?

Graças à tecnologia, torna-se mais facilitada a primeira avaliação de candidatos baseada em critérios como a formação e experiência de trabalho. Recorrendo ao software adequado, a leitura e interpretação de um grande número de currículos e dados é mais fácil. Para a seleção de candidatos continuará a ser necessário um consultor que os aborde e avalie de forma completa as suas competências técnicas e sociais. Todos os fatores pessoais e emocionais serão importantes na seleção de candidatos. O fator humano será sempre importante no sector do recrutamento.

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Publicado a 27/05/2020

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